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O Brasil Caminha Rumo à Venezuelização: O Crime Organizado como Poder Paralelo

  • Foto do escritor: Rogério Mazzetto Franco
    Rogério Mazzetto Franco
  • 25 de ago.
  • 2 min de leitura

O Brasil vive uma realidade alarmante: cerca de 26% da população, mais de 50 milhões de pessoas, vivem sob o domínio de facções criminosas — um número que o coloca na liderança latino-americana em “governança criminal”. Essa condição não é apenas uma crise de segurança: é um sintoma de uma crise institucional que, se não revertida com velocidade e firmeza, caminha para transformar o país em um narcoestado.


O avanço do narcotráfico em países da América Latina mostra como organizações criminosas aproveitam-se de Estados enfraquecidos, da corrupção institucional e da conivência de setores do poder político para se consolidar. Em várias nações da região, cartéis e facções criminosas passaram a exercer controle sobre territórios, influenciar processos eleitorais e infiltrar-se em estruturas de governo. Esse cenário serve de alerta ao Brasil: se as instituições continuarem a ser corroídas pela impunidade e pela leniência com o crime organizado, corremos o risco de seguir o mesmo caminho, transformando-nos em um narcoestado à semelhança do que ocorre em partes da América Latina.


Na Venezuela, sob Nicolás Maduro, o Estado colabora com o crime. O Cartel de los Soles — que reúne militares venezuelanos corruptos de alto escalão — foi designado pelos EUA como organização terrorista e responsável por traficar cocaína em larga escala com apoio institucional. Figuras centrais do regime como Maduro e Diosdado Cabello são acusadas de nutrir essa aliança entre estrutura estatal e tráfico.


Enquanto isso, o Brasil assiste à consolidação de facções como o PCC e o Comando Vermelho, que expandem seu poder territorial especialmente na tríplice fronteira (Brasil, Paraguai, Argentina). Essa região é um corredor estratégico para o narcotráfico e o contrabando, onde a ausência de Estado fortalece redes criminosas transnacionais.


A situação brasileira se agrava por decisão explícita da conexão entre os poderes: o governo federal recusou-se, em maio de 2025, a acatar o pedido dos EUA de classificar o PCC e o Comando Vermelho como organizações terroristas. Ao argumentar que as leis brasileiras definem terrorismo apenas como ação com motivação político-religiosa ou ideológica, o Executivo — e indiretamente o Judiciário e o Legislativo — protege de fato essas facções.


Diante desse quadro, o Judiciário também demonstra leniência: há decisões recorrentes que libertam traficantes presos flagrados com grandes quantidades de drogas, anulam processos por falhas formais ou favorecem defensores do crime organizado sob justificativas processuais, prejudicando o combate à impunidade (a prática é documentada, ainda que muitos veículos não detalhem casos específicos publicamente).


A conjugação dessas três omissões — de Executivo, Legislativo e Judiciário — cria um cenário de colapso da autoridade estatal. O crime organizado começa a exercer poder paralelo, ocupando territórios, impondo regras e suprimindo a soberania estatal. Esse processo é exatamente o que levou a Venezuela à sua atual condição de narcoestado; repita-se no Brasil e o destino será trágico.


Se seguirmos por esse caminho, o Brasil não destruirá sua democracia por golpe militar, mas pela erosão institucional silenciosa: o Estado deixará de existir como um monopólio legítimo da força e dos serviços, cedendo espaço ao tráfico e ao poder paralelo.

Cabe à sociedade exigir revertê-lo agora: endurecimento legislativo efetivo, classificação das facções como organizações terroristas, atuação firme do Judiciário, e presença estatal em locais controlados pelo crime. Se não agirmos, colheremos o que já foi plantado: um país refém de seus algozes.


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