Dize-me com quem andas, e eu te direi quem és
- Rogério Mazzetto Franco
- 21 de jul.
- 3 min de leitura
Não é de hoje que o Partido dos Trabalhadores (PT), sob a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva, revela intenções que vão muito além da política tradicional. Com discursos autoritários, alianças questionáveis e um histórico de desprezo pelos pilares democráticos do Ocidente, o atual governo brasileiro vem sinalizando, de maneira cada vez mais evidente, seu alinhamento com regimes totalitários.
A retórica autoritária que há tempos era velada, hoje se torna explícita. Em 2018, o ex-ministro José Dirceu afirmou que “é uma questão de tempo para o PT tomar o poder”, em entrevista ao jornal O Globo, durante a divulgação de seu livro de memórias. A fala foi interpretada por muitos como a admissão de uma estratégia de longo prazo para hegemonizar o poder político e cultural do país — algo que vai muito além de vencer eleições.
Outro exemplo é o discurso do militante Mauro Iasi, do PCB, que durante um evento afirmou que os opositores políticos da esquerda merecem um "bom paredão". A plateia o aplaudiu. Declarações como essa, que sugerem eliminação física de adversários, não são apenas infelizes — são sinais preocupantes de uma cultura política intolerante e violenta, que se opõe aos valores democráticos da pluralidade e do respeito ao dissenso.
No plano internacional, o atual governo tem feito escolhas que reforçam essa inclinação. Em abril de 2024, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, elogiou publicamente a “democracia efetiva da China” durante uma visita oficial a Pequim. A fala causou espanto entre aqueles que conhecem o histórico do regime chinês, marcado por censura, repressão religiosa, campos de reeducação e total ausência de liberdades políticas.
Em julho de 2024, o vice-presidente Geraldo Alckmin esteve presente na posse do novo presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, onde dividiu espaço com lideranças de organizações terroristas como Hamas, Hezbollah, Jihad Islâmica e o grupo Houthi. Essa presença simbólica em um evento que reunia inimigos declarados das democracias ocidentais levanta sérias questões sobre a política externa brasileira.
A aproximação de Lula com regimes autoritários não para por aí. Em maio de 2025, o presidente participou de um evento na Rússia ao lado de Vladimir Putin, em um gesto interpretado como apoio político em meio a um contexto de isolamento internacional do Kremlin por conta da guerra na Ucrânia. Lula também tem mantido estreitas relações com os líderes da Venezuela, Cuba, Nicarágua e Coreia do Norte — todos governos marcados por perseguição a opositores, censura e repressão.
Além disso, a recepção da marinha iraniana no porto do Rio de Janeiro, em 2023, com navios militares atracando por seis dias, demonstrou que a política externa brasileira se distancia dos tradicionais aliados ocidentais para flertar com regimes teocráticos e militarizados.
Enquanto isso, internamente, o governo tenta justificar sua guinada ideológica alegando interferência dos Estados Unidos na política brasileira. No entanto, as declarações de Lula sobre substituir o dólar em transações internacionais por uma nova moeda dos BRICS — alinhando-se com os interesses geopolíticos de China e Rússia — sugerem uma clara provocação a seu antigo aliado e parceiro comercial.
A verdade é que a ruptura democrática no Brasil não se dá por golpe militar nem por revolução explícita, mas por erosão institucional e aparelhamento gradual — facilitado por decisões judiciais controversas, como a anulação das condenações de Lula pela Suprema Corte, e o apoio tácito da esquerda internacional.
O preço de tudo isso recairá, como sempre, sobre o povo: mais polarização, menos confiança nas instituições, economia enfraquecida e o risco real de se perder liberdades fundamentais. Se não houver resistência e vigilância, o Brasil poderá pagar caro por essa guinada à esquerda autoritária.




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